“Receber críticas faz parte da vida pessoal, acadêmica e profissional, mas transformar esse momento potencialmente doloroso em aprendizado prático exige método, autoconhecimento e estratégia.” É dessa premissa que parte o psicólogo Marcos Lacerda no vídeo “Aprenda a receber críticas”, do canal Nós da Questão. Ao longo deste artigo, você descobrirá por que nos incomodamos tanto com o feedback negativo, como diferenciar a crítica construtiva da meramente destrutiva e, principalmente, como adotar as cinco etapas defendidas por Lacerda para converter comentários incômodos em combustível de crescimento. No fim, você terá um roteiro prático para aplicar em relações pessoais, equipes corporativas e redes sociais, ancorado em dados de neurociência, comunicação não violenta e cases reais.
Estudos da Universidade da Califórnia mostram que a região do córtex cingulado anterior — disparada quando sentimos dor física — também se ativa quando recebemos rejeição ou crítica. Ou seja, receber críticas literalmente “dói” para o cérebro. Esse disparo produz cortisol, hormônio do estresse que deteriora a memória operacional, diminuindo a nossa capacidade de responder com inteligência emocional. Por isso, a primeira recomendação de Marcos Lacerda é processar a emoção antes da reação: respiração consciente de 90 segundos reduz a carga de cortisol em até 25%, segundo o Journal of Clinical Psychology.
No Brasil, a ideia de “boa educação” muitas vezes se confunde com evitar confrontos diretos. Isso faz com que críticas sejam veladas, descontextualizadas ou, pior, ironizadas em público. A ausência de aprendizagem formal sobre feedback nos leva a uma confusão entre crítica e ataque pessoal. Lacerda lembra que a experiência de bullying escolar reforça o medo de exposição: adultos que sofreram zombarias costumam interpretar qualquer correção como humilhação. Reconhecer esse pano de fundo sociocultural é essencial para iniciar a mudança de mentalidade.
Muitos críticos alegam ser “apenas sinceros”, mas sinceridade sem empatia gera defensividade. O vídeo de Lacerda destaca que há comentários de “máscara construtiva”: parecem bem-intencionados, porém carregam julgamento velado. Identificar nuances protege você de internalizar rótulos tóxicos. Abaixo, uma tabela resumida:
Tipo de crítica | Intenção predominante | Resposta recomendada |
---|---|---|
Construtiva direta | Ajudar a melhorar desempenho | Escuta ativa + plano de ação |
Construtiva mascarada | Ambígua; pode conter inveja | Questionar dados e pedir exemplos |
Destrutiva aberta | Ferir autoestima | Limites claros, possível encerramento |
Passivo-agressiva | Gerar culpa ou constrangimento | Nomear o padrão e redirecionar |
Autocrítica exagerada | Perfeccionismo interno | Reformular diálogo interno |
Lacerda sugere indagar “Você pode me dar um exemplo concreto?” sempre que o feedback vier nebuloso. Esse convite obriga o emissor a se ater a fatos, reduzindo a probabilidade de ataques de caráter. Ao mesmo tempo, demonstra abertura e maturidade profissional.
“Se você dominar a arte de receber críticas, terá acesso gratuito ao mais poderoso curso de autodesenvolvimento do mundo.” — Marcos Lacerda, psicólogo
A síntese de Lacerda abrange cinco ações práticas. Apresentamos em formato de lista numerada, com exemplos profissionais.
Imagine que seu gestor critique o atraso constante nos relatórios. Em vez de rebater, você respira, agradece o apontamento e pergunta: “Qual porcentagem dos relatórios atrasou nos últimos dois meses?”. De posse do dado específico (45%), você sugere ajustes: reduzir o escopo ou solicitar ajuda de um colega nas etapas de revisão.
💡 Dica Rápida: Coloque um post-it no monitor com a pergunta “O que posso aprender agora?”. Esse gatilho visual acelera a internalização do método.
Na CNV de Marshall Rosenberg, o primeiro passo é descrever o fato nu e cru. Exemplo: “Nos últimos três relatórios, encontrei erros de digitação”. Ao evitar rótulos (“você é desleixado”), diminui-se a resistência defensiva. O segundo passo é expressar sentimento: “Sinto preocupação, pois o cliente final perde confiança”. Fecham-se o ciclo com necessidade (“preciso garantir qualidade”) e pedido claro (“você pode usar a ferramenta de revisão automática?”).
Caixa de destaque 2: Estudos da Harvard Business Review indicam que equipes treinadas em CNV aumentam em 17% a produtividade e reduzem conflitos em 35%.
A FinTech Alpha apresentava alto churn de clientes por falhas no aplicativo. Após receber críticas públicas na App Store, o CEO criou um comitê “Voice of the User” que lia semanalmente resenhas negativas. O resultado: bugs críticos resolvidos em 72 h, aumento de 4,1 ★ para 4,8 ★ em cinco meses e nova rodada de investimento Série B.
A cantora Luísa V. enfrentava comentários agressivos sobre sua performance ao vivo. Em vez de abandonar shows, contratou um preparador vocal e transmitiu ensaios no Instagram, convidando fãs a opinar. A transparência reduziu “haters” em 60%, e o engajamento subiu para 12% por publicação.
Caixa de destaque 3: O Instituto Gallup constatou que profissionais que discutem pontos de melhoria a cada 15 dias possuem 31% mais produtividade do que aqueles que recebem feedback anual.
Buscamos informações que confirmem crenças prévias. Logo, se você se vê “incompetente”, qualquer crítica soa como prova irrefutável. Para neutralizar, construa um “diário de evidências contrárias” listando conquistas após cada feedback.
Transformar um erro pontual em tragédia (“nunca serei bom nisso”) alimenta ansiedade. A terapia cognitiva sugere a técnica STOP: Stop, Take a breath, Observe, Proceed. Esse reframe reduz a intensidade emocional.
A consciência desses vieses prepara terreno para uma resposta racional ao receber críticas.
1) Check-in semanal: cada membro compartilha um acerto e uma melhoria. 2) Retrospectiva 360° no final de sprint, focada em processos. 3) One-on-ones quinzenais de 30 min. 4) Painel Kanban de aprendizados visível no mural on-line.
Plataformas como Culture Amp, Impraise e Feedz permitem questionários anônimos e tracking de metas. Adotar métricas de Employee Net Promoter Score (eNPS) ajuda a correlacionar feedback a índices de retenção.
Lista numerada de implantação (7+ itens)
Sim, mas com limites. Agradeça pelo tempo empenhado, depois deixe claro que ataques pessoais não serão tolerados. Assim você mantém a elegância sem validar abuso.
Peça exemplos observáveis, datas, números. Se a pessoa não conseguir oferecer, é provável que esteja lidando mais com percepções subjetivas.
Use a regra 10-10-10: a crítica terá relevância em 10 minutos, 10 meses ou 10 anos? Se sim, analise; se não, arquive.
Saudável quando focada em comportamento e melhoria; tóxica quando vira rótulo identitário (“sou um fracasso”).
Modelando: demonstre como você lida, use CNV e celebre ajustes em vez de apenas apontar falhas.
Sim. Japoneses valorizam harmonia social e tendem a críticas indiretas; alemães são diretos. Entender o contexto evita conflitos.
Não. Aguarde 24 h para reduzir impulsividade e redigir resposta fundamentada.
Para receber críticas com maestria, recapitule:
Coloque em prática hoje mesmo: escolha a última crítica recebida, aplique o método de cinco passos e registre sua evolução em 48 h. Compartilhe este artigo com colegas que buscam evolução na arte de receber críticas e inscreva-se no canal Nós da Questão para mais conteúdos de psicologia aplicada.
Artigo inspirado no vídeo “Aprenda a receber críticas | Marcos Lacerda, psicólogo”, canal Nós da Questão. Todos os direitos de imagem e áudio pertencem aos respectivos criadores.
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